MAU HÁLITO: CURIOSIDADES, PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Os odores que sentimos ao longo da vida ficam gravados na nossa memória olfativa. Isso nos excita ou deprime, aproxima ou afasta. Odor e olfato são tão pessoais que o que pode ser bem significante pra você, pode passar despercebido por mim. Mesmo assim, sei muitas pessoas concordam em várias coisas, como: preferir ambientes cheirosos, usar roupas cheirosas, dormir em cama macia e perfumada, sentir o cheirinho do perfume no “cangote” do amado, o cheirinho de chuva, de comidas palatáveis… E a ausência do mau hálito.
Muitos acreditam que o mau odor corporal ou bucal se deve única e exclusivamente a falta de higiene. É tão bom estar seguro em relação aos odores que a maioria das pessoas capricha na higienização. E por que, então, muita gente que toma um bom banho, usa desodorantes corporais, cuida bem da higiene bucal e usa roupas limpas pode apresentar odores desagradáveis?
É tão bom estar seguro em relação aos odores. Você já escutou a expressão “bafo de onça”, não é mesmo? Se lembra de que “Bafo de Onça” é um personagem da Walt Disney, que contracena com Tio Patinhas, Mickey e outros? O filme com a primeira apresentação desse personagem data de 1925. Passados quase cem anos, ainda se ouve não apenas a referência ao nome do personagem, como vários outros sinônimos: inhaca, fedentina, boca de lobo…
Mas afinal, dá pra prevenir o mau hálito e outros odores corporais? Sim, desde que não sejam resultados provenientes de patologias que necessitam de tratamentos especializados.
Na saúde não existe “receita de bolo”
Prevenção:
– Vida equilibrada: controle do estresse, ansiedade, prática de atividades físicas, alimentação sem exageros, rica em alimentos de “verdade”.
– Ingestão de pelo menos 2,7 litros de água ao dia.
– Evitar o uso de medicamentos, bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas.
– Higiene bucal: uso do fio dental, escova de dente, creme dental e outros produtos específicos indicados pelo seu cirurgião-dentista. O modo de uso e frequência também são fatores primordiais e individuais.
– Higiene corporal: banhos com atenção especial as áreas que mais acumulam bactérias (axilas, pés e órgãos genitais). O médico dermatologista é quem deve indicar produtos específicos para evitar agressões à pele, garantindo a proteção da mesma.
– Não use produtos para mascarar odores. Busque tratamento.
– Para ter saúde bucal e proteger o sistema gastrointestinal, precisamos ter saliva em quantidade e qualidade ideais. A saliva é o termômetro da nossa saúde bucal e o melhor “detergente” que ajuda na prevenção da halitose.
– Cuidado com dietas “malucas” e jejuns prolongados.
– Check-up médico e odontológico se você pretende viver mais, ser mais saudável e não exalar mau odor.
– Fique atento: na saúde não existe “receita de bolo”.
Obs: pessoas portadoras de TMAU (Síndrome do odor de peixe – Trimetilaminúria) precisam de acompanhamento multidisciplinar.
Tratamento:
– O diagnóstico é que vai ditar os nossos planos de tratamentos.
– Os tratamentos quando bem aplicados terão resultados positivos.
– O uso de algumas substâncias tópicas, medicamentos e equipamentos podem ser indicados de forma única ou mesmo a somatória de todos eles para resolvermos o problema do mau odor. O importante é que a terapia escolhida cause menos efeitos colaterais, seja acessível, reversível e efetiva.
– Algumas terapias com o uso do laser (baixa potência) e sensibilizantes (corantes), chamada de aPDT (Terapia Fotodinâmica antimicrobiana) podem ser indicadas. Essa terapia já é estudada a mais de cem anos e tem comprovação científica, podendo ser usada de forma complementar em vários tratamentos, incluindo tratamentos contra fungos (micoses), sendo esse um dos micro-organismos mais resistentes existentes.
– O laser, sob o meu ponto de vista, tem um grande mercado na saúde frente às várias possibilidades de utilização. A laserterapia (laser de baixa potência) e os tratamentos cirúrgicos (laser de alta potência) são sensacionais. Digo e repito que um bom diagnóstico repercute no bom prognóstico.
Mas lembre-se: a questão não deveria ser o tratamento, mas sim a prevenção!